Buscai a essência
Não olho o vaso, que é terra,
Olho o vinho que ele encerra.
Não olho o frasco impoluto,
O perfume é que eu perscruto.
Não busco o cascalho impuro,
O diamante é que eu procuro.
Negro é o corpo de Porfírio,
A sua alma, um branco lírio.
Feio o rosto de Moema,
Seu coração, uma gema.
Não julgueis pela aparência,
Descei dos seres à essência.
Domingos Paschoal Cegalla
Rio, 27/09/85