O abacateiro

 
Sob o sol forte do estio,
Expande-se o abacateiro,
Que por acaso nasceu
Na beirada de um terreno
Abandonado e baldio.
 
Seus frutos, verdes e oblongos,
Ainda não receberam
Do cálido sol do outono
As definitivas tintas
E a forma bem-acabada.
 
Mas já existem mil olhos
Que os espreitam cobiçosos.
São olhos de passarinhos?
- Não, de crianças famintas
Que perambulam na estrada.
 
Domingos Paschoal Cegalla
Rio, 05/02/86

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