Moça de Saquarema

 
Meio-dia em Saquarema.
A moça vinha da praia.
Deusa imprevista e seminua,
que surgira das ondas do mar,
passava pelas ruas da cidade,
talvez de volta para o lar.
 
O suave balanço do andar
realçava o esplendor de seu corpo escultural,
digno modelo para o cinzel de Praxíteles,
formas ideais para o pincel de Apeles.
 
A súbita aparição da jovem,
bronzeada pelo sol de Saquarema,
paralisou a boca dos homens
que, na esquina, falavam e comiam.
Somente os olhos deles funcionavam
e eram todos contemplação...
 
Tão rápida como surgira,
assim desapareceu
aquela visão de sonho,
deixando no ar um rastro de luz e beleza...
 
A moça de Saquarema,
com seus passos breves,
floriu o caminho dos homens
e lhes tornou a vida mais leve.
 
E ela nem sabia, a linda morena.
 
Domingos Paschoal Cegalla
Rio, 21/10/85

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