Por mares já navegados
Sob o olhar dos astros benignos,
Cuja luz os céus inflama,
Minha nau desconhecida
Fez-se ao largo, vai singrando
Este mar já navegado
Por outros de excelsa fama.
As águas são as de sempre,
Mas diferentes as rotas.
Debruçados sobre abismos,
Meus olhos de navegante
Tentam desvendar enigmas,
Perscrutam coisas ignotas.
São infinitas e livres
As estradas que se estendem
Sobre os mistérios do mar.
Deixai, pois, que o navegante
Livremente escolha as rotas
E o jeito de navegar.
Os horizontes se alargam...
Minha nau demanda o norte.
Busca plagas invioladas
Que resplendem para lá
Dos paralelos telúricos,
Além da vida e da morte...
Domingos Paschoal Cegalla
Rio, 28/11/86